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OSID recebe pesquisadores da Universidade de Iowa

22 de January de 2008
Os responsáveis pela pesquisa Programa de Prevenção de Fissuras Orais visitaram em janeiro o Centrinho das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), uma das sedes do programa no Brasil. O investigador principal da pesquisa, Jeffrey Murray, o coordenador do estudo, George Wehby (ambos da Universidade de Iowa, Estados Unidos) e o membro do RTI International (instituto responsável pela análise estatística e controle da coleta de dados), Norman Goco, viram de perto a evolução da pesquisa que testa a eficácia do ácido fólico na redução da recorrência de fendas labiopalatais. O trabalho começou no final de 2005 e teve o estudo piloto realizado no ano seguinte. As atividades do estudo principal foram iniciadas ano passado, com previsão de término em 2010 ou 2011. Além do Centrinho, núcleo da OSID que é referência para o Norte-Nordeste no tratamento de fissurados, os pesquisadores visitaram também centros localizados em outras cinco cidades brasileiras onde a experiência é desenvolvida: Bauru (SP), Curitiba (PR), Lajeado e Porto Alegre (RS) e Recife (PE). As fissuras de lábio e/ ou palato (FLP) são malformações congênitas e estão associadas a várias complicações. Requerem intervenções cirúrgicas, odontológicas, fonoaudiológicas e psicológicas e representam uma pesada carga sócio-econômica. No Brasil, estão entre o terceiro e quarto defeitos mais freqüentes, com proporção de um fissurado para cada 650 nascidos. Estima-se que haja 180 mil fissurados no país. Além dos fatores ambientais, a etnia também modifica as probabilidades de desenvolver anomalias labiopalatais. Nos amarelos, é de cerca de 1/469; nos brancos é de 1/750 e entre os negros, de 1/1300. Quanto à hereditariedade, um terço dos casos estão relacionados a manifestações anteriores nos descendentes. Pessoas normais têm 1% de chance de terem filhos fissurados; pais normais de filho fissurado, 4,5%; e entre pais fissurados de filhos fissurados, a probabilidade é de 15%. Dados do Centrinho da OSID apontam também que 5% dos casos são resultantes de mutações genéticas. Pesquisa – Existem estudos que comprovam a eficácia do ácido fólico na prevenção de defeitos no tubo neural (DTN), mas em relação às fissuras orais, as investigações apresentam sérias limitações. O estudo clínico sob a coordenação dos pesquisadores das universidades de Iowa e de São Paulo (USP) pretende avaliar o efeito da suplementação com 4 mg/ dia de ácido fólico na redução da recorrência de FLP. A amostra total irá incluir aproximadamente 3.000 mulheres que apresentem fissura de lábio e/ ou palato não sindrômica (FLPNS) ou um filho com FLPNS. Essas mulheres serão randomizadas em dois grupos com doses de 0.4 mg e 4 mg de ácido fólico. O estudo é considerado um desafio no atendimento clínico a famílias com um ou mais indivíduos com fissura, e os resultados finais pode determinar qual dose é mais eficaz na prevenção dessa malformação congênita. O Centrinho está recrutando voluntárias para a pesquisa Programa de Prevenção de Fissuras Orais. As mulheres interessadas em participar devem ter entre 16 e 45 anos (idade fértil) e ter nascido com fissura de lábio ou lábio/ palato, e/ ou ter filhos com fissura de lábio ou lábio/ palato. Mulheres que já fizeram cirurgia de laqueadura (ligadura de trompas) ou cujo marido realizou vasectomia não podem participar. Os casos de fenda de palato isolada também não estão inclusos na pesquisa, pois os estudos mostram que o ácido fólico não influencia na prevenção desse tipo de fissura.
OSID recebe pesquisadores da Universidade de Iowa